Olá a todos! Cá estou para mais um relato dos mergulhos realizados no passado fim de semana para que possam actualizar os vossos log-books. Aproveito ainda para vos relembrar que estes relatos "retratam" apenas as espécies avistadas por mim e pela maior parte das pessoas que me acompanham. Como nós nos sub-dividimos quase sempre em três grupos, cada um liderado por seu Instrutor, poderá existir quem tenha avistado mais ou menos espécies, consoante o percurso feito ou sensibilidade de cada um.
Primeiro mergulho do dia.
Spot: Ponta da Baleeira
Profundidade máxima atingida: 14 metros
Visibilidade (comum aos dois mergulhos): 5 metros.
Inicio do mergulho, atingimos o fundo (7 metros), fizémos rumo sul, fundo de pedra coberto de algas e recortado por fendas de pouca profundidade, junção de estratos rochosos à imagem do observado fora de água. Pouquíssimos peixes durante todo o mergulho excepto na parte final onde, conforme expliquei no briefing pré-mergulho, junto à falésia a quantidade de vida visível é muito superior. Por esta razão lá fomos evoluindo pelo fundo observando várias espécies de nudibranquios (um dos objectivos deste mergulho) onde destaco uma grande quantidade de "Spanish-Dancers" dos quais infelizmente não vimos nenhuma a progredir a meia agua. Aí é que elas são fantásticas de observar pelo tipo de bailado que fazem ao "nadar" exibindo aquela "aba" de bordo violeta ou rosa. Todas as observadas estavam ou semi enterradas nos poucos espaços de areia existentes ou simplesmente "entaladas" entre as pedras. Observámos ainda as habituais judias, bodiões, uns sarguitos e pouco mais. De destacar ainda duas santolas de muito bom porte. Para finalizar gostaria de referir que o ponto alto de outro grupo foi a "descoberta" de um safio com uma boa dimensão, que nós infelizmente não vimos.
Segundo mergulho do dia.
Spot: Praia da Baleeira
Profundidade máxima atingida: 13 metros
A visibilidade manteve-se nos 5 metros
Temperatura: 18-19 graus (comum aos dois mergulhos).
Este mergulho foi fantástico! Não pela visibilidade ou tipo de fundo (areia/pedra) nem mesmo pela quantidade enormíssima de vida, mas pelo fenómeno que observámos. Um verdadeiro frenesim reprodutório de pepinos-do-mar. É verdade! Um espectáculo verdadeiramente digno de ser observado. Com aquela magnitude, em trinta anos de mergulho por aquelas águas, foi apenas a segunda vez que o observei. Tínhamos o fundo com uma quantidade enormíssima de especimens, como tem sido habitual nos últimos anos. No entanto, 90% deles estavam erguidos em direcção à superficie, como poderão observar pelas fotos, e de 30 em 30 segundos, aproximadamente, expeliam aquilo que penso que seria esperma, enquanto outros, em muito menor número, expeliam uma quantidade grande e contínua (durante uns 5 segundos) daquilo que penso que sejam ovos (uma espécie de "liquido" avermelhado) prontos a ser fertilizados pelo esperma expelido pelos companheiros. Um espectáculo da natureza verdadeiramente incrível e espantoso!
Outras espécies observadas em grande quantidade e tamanho, e sem qualquer receio dos mergulhadores (bendita Reserva Natural), foram os Sargos, Salemas e Safias. Observámos ainda outras duas espécies de espáridas, um Pargo (Sémia) e uma Saima, entre uma infinidade de nudibranquios de todos os "tipos", formas e tamanhos. Isto para além de toda a quantidade de vida habitual naquelas paragens.
Obrigado pela atenção dispensada e até ao próximo domingo.
Beijos e abraços,
Tz
2 comentários:
TZ, deixa-me fazer uma pequena observação:
Muitos parabéns pelos teus comentários no seguimento dos mergulhos,na minha humilde opinião está fantástico o trabalho que estás a fazer...continua...
PS.Devo ter feito parte do 3º grupo,por isso deixa-me acrescentar uns polvos e uma moreia..
Aquele abraço
TZ, no primeiro mergulho vimos ainda um polvo, que quase chocou comigo.
Mas a melhor parte da saída aconteceu fora de água, ou seja, quando os ruazes nos brindaram com a sua presença.
Quem estava no barco da vertente teve um verdadeiro encontro imediato com estas fantásticas criaturas.
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