Night pleasure.

Eram 22 horas estávamos a entrar dentro de agua para aquele que se viria a revelar um óptimo mergulho, as previsões confirmaram-se e tudo correu bem e conforme previsto (como habitualmente), o spot foi a "Malha Vermelha" limite oeste, a temperatura da agua rondava os 16 graus, o que já vem sendo habito nesta altura do ano, e a visibilidade variava consoante a potencia das lanternas, eh eh eh, mas certamente ultrapassaria os 15 metros horizontalmente.

A propósito da visibilidade, aproveito para dar mais alguns esclarecimentos, pois este blog, para além das informações habituais e destas descrições, deverá adicionalmente servir para esclarecer algumas duvidas que normalmente me colocam.

A visibilidade pode variar consoante a profundidade, já todos vocês certamente o poderam confirmar, principalmente naqueles mergulhos mais profundos na zona da ponta do cabo Espichel, isso tem a ver principalmente com a temperatura, as marés, com as correntes e com tudo aquilo que elas "arrastam", por essa razão é comum e já nos aconteceu por diversas vezes, á medida que vamos descendo ao longo do cabo do ferro do barco, passarmos por zonas com visibilidade de pouco mais de um metro, e quando atingimos o fundo conseguirmos avistar rochas ou qualquer outra coisa junto ao fundo a mais de vinte ou trinta metros de distancia ou mesmo mais.
A visibilidade poderá ainda variar consoante a zona e respectivo tipo de fundo, por esse facto também poderam constatar ao falar com colegas que mergulharam em Sesimbra (ou outro local) á mesma hora e no mesmo dia, que uns o fizeram com condições de visibilidade superiores em três ou quatro vezes em relação ao colega, a somar a isto, podemos ainda falar no caso especifico de Sesimbra, que devido ao facto de ter próximo a foz de um rio (Sado)com uma certa dimensão, influencia fortemente a visibilidade ao longo de quase toda a costa sul (Setúbal - Espichel), para ser mais preciso poderemos definir três áreas distintas relativamente á influencia do Sado na costa de Sesimbra, e são elas: Portinho da Arrábida - Sesimbra (Forte influencia); Sesimbra - Arcanzil oeste (zona de influencia média); Arcazil oeste - Ponta do cabo Espichel (sem influencia).




Por agora já chega de falar em visibilidade e voltemos ao nosso mergulho nocturno de ontem, foi sem duvida um bom mergulho e muitíssimo relaxante, descemos a cerca cinco metros e percorremos uma área relativamente extensa entre a falésia e o enorme areal para sul do nosso local de saída, até aos dez metros de profundidade o que nos fez prolongar o mergulho até aos setenta minutos de tempo de fundo.

Uma raia riscada ou mosaica (raja undulata) foi a primeira espécie digna de referencia e logo após as primeiras barbatanadas, apesar de neste mergulho e ao contrário do que tem sido habitual nos nossos nocturnos não termos visto uma quantidade grande de espécies, vimos no entanto as principais daquelas zona, e entre elas os sargos e safias, uns bodiões recatados a dormitar nas reentrâncias das rochas, um ou outro polvo, dois samilros (safios pequenos) e foi quando abandonamos a zona rochosa e nos dirigimos para o extenso areal que fizemos os mais interessantes avistamentos, dois pargos capatão juvenis (Dentex gibbosus) com as suas barbatanas e dorso pontuados de azul, um salmonete e também apenas um choco, de estranhar termos visto apenas um exemplar de cada uma destas espécies, quando o habitual é serem avistadas em grandes quantidades, principalmente nesta altura do ano, para finalizar acabámos como começamos, com mais uma raia riscada, esta agora de menores dimensões que a primeira, de referir que esta é uma espécie muito habitual nesta zona em que costumamos avistar alguns individuos, embora os avistamentos diurnos sejam quase sempre de exemplares adultos.

Por hoje não vos incomodo mais, até Domingo.

Tz

Ps. As fotos acima expostas são da autoria de Claudio Dias, que foi um dos meus buddies neste mergulho. Todas as fotos do DEEPDIVE NEWS são da autoria do meu colega de equipa Carlos Monteiro excepto as referidas.